terça-feira, 3 de junho de 2008

Antes que o EU adoeça


Estou cansado de fantasmas assombrando o precipício ao redor de minha cama. Aqui as estradas são cheias de buracos e sua imagem está sempre em branco.
Aqui em baixo, o sol não consegue dissolver o absurdo dos cursos da distância entre você e eu. Céus...estou cansado, quero apenas sobrevoar o seu pequeno lugar, quero apenas minhas músicas tristes. Gosto de músicas tristes, gosto de filme parado, gosto de chuva fina. Eu gosto de você...
Por aqui entro em coma constantemente e fico tão desesperado que chego a saltar do navio em alto-mar. Ainda não estou acordado.
Você já se deu conta de que aqui meus sentimentos não mais resistem as tempestades de verão, de que estou fatigado de percorrer os mesmos lados dessa imensa avenida, com um único objetivo em meio a densas trevas...te encontrar. Ou me encontrar? Já nem sei...
As horas que antecedem o sono são terríveis...que sono? Há muito já não o vejo.
Conto velhas histórias até que o relógio desperte, para que eu possa calçar chinelos e sair para afastar as folhas secas...Ahh no fim do dia eu me irrito ao ver que o vento devolveu a vida às folhas secas, que pela manhã, foram varridas do jardim.
Agora eu preciso de calmaria. Criarei asas de inseto e mudarei para o último andar de minha cabeça. Lá serei o inseto polinizador que rodeia uma flor de plástico, que para sobreviver, precisa muito da água que cai do ar condicionado.
Lá poderei deitar num imenso chão de mármore, esticar minhas pernas e braços, e olhar o teto abobodado que se enche de azul. Assim posso ter paz para pedir ao tufão que passa por seu lugar, que ele arranque teus pés do chão e te traga até mim.
Agora quero voltar a meu aquário. Preciso de um minuto de silencio lá.
E se meu aquário cair e se quebrar, aí sim precisarei de um psiquiatra.

FOTO: Maninhojota

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